(...) quanto mais ama, mais cativante você fica. Quanto menos ama, mais você exige que os outros o amem, e menos cativante você fica,
mais se fecha, mais se confina em seu ego. E você fica desconfiado —
mesmo que alguém se aproxime de você para amá-lo, você fica com medo,
porque em todo amor há a possibilidade de rejeição, de retraimento.
Ninguém o ama — isso vira um pensamento entranhado dentro de você. Como
esse homem ousa tentar mudar o seu modo de pensar? Ele está tentando
amar você. Só pode ser falsidade, será que ele está tentando enganá-la? Deve ser um espertalhão, um sujeito enganador. Você se protege. Não deixa que ninguém a ame, nem ama ninguém. Então vem o medo. Você está sozinha no mundo, tão sozinha, tão solitária, desligada de tudo.
O que é o medo, então? O medo é o sentimento de não estar ligado à existência.
Eis a definição de medo: medo é um sentimento de falta de contato com a
existência. Você fica sozinho, uma criança chorando sozinha em casa, a
mãe e o pai e toda a família saíram para ir ao cinema. A criança chora e
soluça no berço. Foi deixada sozinha sem nenhum contato, ninguém para
protegê-la, ninguém para lhe dar conforto, ninguém para amá-la; uma
solidão, uma solidão imensa a envolve. Eis o estado de medo.
Isso ocorre porque você chegou a um ponto em que não deixa que o amor aconteça.
Toda a humanidade foi treinada para outras coisas, não para o amor.
Para matar, fomos treinados. E os exércitos existem, anos de
treinamento para matar! Para calcular, fomos treinados; faculdades,
universidades, anos de treinamento só para aprender a calcular de forma
que ninguém possa enganar você, mas você possa enganar os outros.
Osho, em "Coragem: O Prazer de Viver Perigosamente"
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