quinta-feira, 25 de abril de 2013

O barco vazio



Aquele que governa os homens vive na confusão;
Aquele que é governado pelos homens vive na tristeza.
Yao, portanto, não desejava
Nem influenciar os outros
Nem ser influenciado por eles.
A chave para dissipar a confusão
E ficar livre da dor
É viver com o Tao
Na terra do grande Vazio.
Se um homem estiver atravessando um rio
E um barco vazio colidir com a sua própria embarcação,
Mesmo que ele seja um homem mal-humorado
Não vai ficar muito irritado.
Mas se vir um homem no outro barco,
Ele vai gritar com ele para que reme direito.
Se o seu grito não for ouvido, ele vai gritar de novo,
E mais uma vez, e começará a xingar.
Tudo porque há alguém no barco.
Se o barco estivesse vazio,
Ele não estaria gritando nem ficaria com raiva.
Se você conseguir esvaziar o seu barco
Ao atravessar o rio do mundo,
Ninguém vai se opor a você,
Ninguém vai tentar lhe fazer mal.

A árvore reta é a primeira a ser cortada,
A fonte de águas límpidas é a primeira a ser secada.
Se deseja melhorar sua sabedoria
E envergonhar o ignorante,
Cultivar o seu caráter
E ofuscar os outros;
Uma luz brilhará à sua volta
Como se tivesse engolido o Sol e a Lua:
Você não evitará a catástrofe.

Um sábio já dizia:
“Aquele que se contenta consigo
Fez uma obra inútil.
O sucesso é o começo do fracasso,
A fama é a origem da desgraça.”

Quem pode se libertar do sucesso
E da fama, e descer e se perder
Em meio à massa humana?
Esse fluirá como o Tao, invisível,
Avançará como a própria vida
Sem nome e sem lar.
É simples e não faz distinção.
Aparentemente é um tolo.
Seus passos não deixam rastro.
Não tem nenhum poder.
Nada consegue, não tem reputação.
Como não julga ninguém,
Ninguém o julga.
Assim é o homem perfeito:
Seu barco está vazio.
Osho, em "O Barco Vazio

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