Andei procurando a definição da palavra ilusão. Várias fontes a
trazem como uma confusão dos sentidos, seja visual, tátil, auditiva,
olfativa ou gustativa. Esse é o significado ao pé da letra, no entanto,
esse termo é utilizado, comumente, para expressar aquilo que não
existe, mas que se acredita nele a todo instante.
Usar o imaginário, deixar um pouco de lado o senso da realidade,
inventar a ponto de sentir um vão prazer, é assim que se vive iludido,
criando sonhos, às vezes, tão frágeis como bolhas de sabão.
Creio que em pequenas porções, isso não faz mal a ninguém e vejo
que, mesmo sem perceber, também tenho os meus momentos ilusórios, como
agir com naturalidade diante das impossibilidades, fazer a voz soar
normalmente mesmo quando uma lágrima a quer travar. Ao trazer no
coração, intencionalmente, uma despreocupação de criança que me faz
enxergar apenas o colorido e esquecer, por uns instantes, as tragédias e
as dores do mundo.
Talvez
não seja a melhor forma de viver, porém é um jeito simplista de
metamorfosear a vida, deixá-la mais leve e quem sabe até fazer de muitos
momentos um secreto e agradável encanto.
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